segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma viagem alfacinha dum Carioca em Minas de Nova York



Li/Ouvi em algum lugar que para ter uma identidade nacional ou mesmo global, o indivíduo precisa ter uma identidade regional. Ou seja, só respeitando e gostando de suas raízes natais, ele poderia apreciar e defender o resto. Sempre me considerei um apátrida. Regionalismo então, que babaquice. No entanto, é difícil não defender Minas Gerais em detrimento do resto. Ou não defender o Brasil duma afirmação idiota feita por um gringo. Ou não proteger o nosso planeta dum bando de otários que podem nos conquistar porque têm mais dinheiro.
O clipe acima representa a nova New York, New York imortalizada por Frank Sinatra. Jay-Z e Alicia Keys deram um retoque moderno na inaltação da cidade que nunca dorme. É comercial? É pop? É metido a besta? É cafona? É. Mas, é bom. "The lights will inspire you", as luzes vão te inspirar. Devo dizer que é verdade. Nunca me deparei com tamanha manifestação de informação, de cultura, de loucurrra e caretice. Ideias pipocavam na minha cabeça a todo instante. A praia carioca me prostrou.
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Jon Voight coloca seu chapéu caipira interpretando o protagonista de Midnight Cowboy. Ele ouviu dizer que em Nova York só tem viados e que teria um futuro como gigolo na cidade que nunca dorme. Com poucos dólares no bolso, ele chega na rodoviária e descobre rapidamente que seu sonho era tão consistente quanto a fumaça de seus cigarros.
Midnight Cowboy é uma das maiores obras primas da sétima arte. A frustração dum sonho ingênuo. É também a melhor interpretação de Dustin Hoffman de todos os tempos. Contrariando o Method do Actor's Studio, ele não quis saber de interiorizar a dor para o mancar de seu personagem. Colocou pedrinhas dentro do sapato e a dor incomadava-o a ponto de mancar.
Cheguei em NY sem intenções de me tornar um michê, mas meu objetivo era similar ao do personagem de Jon Voight: conquistar Nova York. "If you can make it there/you can make it/anywhere" (Se você conseguir lá/você consegue/em qualquer lugar).
Não foi bem assim. Analisei através de comentários e experiências que todos os grandes diretores de fora dos EUA, foram reconhecidos primeiramente por filmes em seus países natais. Daí, vieram convites para ir a Roma. Nova York é a Roma do milênio. Se gostarem lá, gostarão em qualquer lugar. Não por causa dos americanos (que são cada vez mais minoria na cidade), mas por causa de seus óculos globais. Todos estão representados ali.
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Reclamo para cacete do Rio de Janeiro. Me criticam por isso. Como se o fato de ser um forasteiro não me permitisse detonar e implodir minha opinião. Normal. Sempre fui "estranja".
Sempre existe e existirá uma sacaneada e xenofobismo direcionado aos outsiders. Tô acostumado. No Brasil era português e em Portugal era brasileiro (como meu amigo Roberto Leal). Em New York era um latin american. E no Rio, sou mineiro. O rótulo está sempre presente quando somos de fora ou somos diferentes.
Se esquecem que voto e pago impostos aqui. Que escolhi essa cidade para viver.
Emeric Pressburger nasceu no império Austro-Húngaro e tornou-se famoso por co-dirigir filmes de enorme sucesso com Michael Powell na década de 40. The Life and Death of Colonel Blimp e Black Narcissus estão sempre nas listas de melhores filmes de todos os tempos entre críticos americanos. Uma vez, ele disse que se sentia mais britânico que os próprios britânicos. Afinal, ele não era obrigado a ser britânico por nascimento, ele o fez por escolha.
Sou viçosense, mineiro, alfacinha, new yorker e carioca da gema. Me deixem ser o que eu quiser, independentemente do Galo cair para a segunda divisão ou não.

sábado, 2 de outubro de 2010

Design Feroz

Cartaz temporário para o festival de cinema de Oaxaca, México. Juliana, que trabalha na Faro Filmes, pintou meu conceito pela mágica do Photoshop. Good job!