sábado, 31 de outubro de 2009

Calvário Feroz: O mentor aconselha...Parte VII

"Garanto que estresse demais imobiliza a criatividade (...) quanto mais o artista sofre, menos criativo ele fica (...) A essa altura alguém pode mencionar Vincent Van Gogh, como exemplo de um pintor que fez coisas maravilhosas a despeito ou por conta do sofrimento. Acredito que Van Gogh teria feito coisas ainda mais maravilhosas se não fossem pelas restrições impostas pelo sofrimento."
Em águas profundas, David Lynch

Amanhã começamos o processo de filmagem do curta Ferocidade: entre a Urbe e a Flora. Nunca estive tão calmo. Ficava uma pilha de nervos antes, e, principalmente durante a filmagem.

Acho que filnalmente compreendi que não adianta estressar. Hoje, tenho a consciência de que mil imprevistos irão acontecer e que isso é normal. Não posso fazer mais nada para evitá-los. Eles acontecerão e eu e toda a equipe iremos contorná-los. É como estressar no dia anterior à uma prova. Não adianta nada. Se você estudou, não tem com quê se preocupar. Se não estudou, não adianta estressar porque nada vai mudar o fato de não ter estudado.

Acho que a experiência destes últimos anos também ajudou bastante para que essa "calmaria" tenha se apossado de mim.

Lynch tem razão. Como sempre.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tarantino é o caralho, foda mesmo é o LaRs VoN TrIEr

Para aqueles que estão acostumados com meus títulos intelecto-pseudo-prepotentes, mas que nunca tiveram termos chulos, peço desculpas. Os referidos palavrões nada mais são do que uma forma de chamar a atenção para o cúmulo da arrogância que se apossou de mim.
Confesso que ao sair do cinema após assistir Anticristo (Antichrist, dir. Lars Von Trier, Danmark-Deutschland-France-Svenska-Italia-Polska, 2009) fiquei extasiado e irritado. Extasiado por ter visto uma obra prima e irritado por todos só falarem dele: Quentin Tarantino e seus Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, dir. Quentin Tarantino, USA-Deutschland, 2009). Mesmo sem ter visto o filme de Quentin, gritei no meio da rua: Tarantino é o caralho, foda mesmo é o Lars Von Trier.
Como era possível que não tinha ouvido ninguém comentar sobre Antichrist???? Um filme primoroso, bem construído com apenas dois atores, com cenas super poderosas e chocantes e que me faz refletir até ao momento em que agora escrevo. A fotografia é revolucionária e Von Trier faz uso de um super-slow (obtido com uma câmera Phantom HD) que Tarkovsky não imaginaria ser possível (Von Trier dedicou o filme ao mestre russo, o que causou incômodo entre os críticos franceses no Festival de Cannes). Anticristo tem uma das melhores aberturas que já vi. No entanto, só me cuspiam no ouvido elogios à maestria de Tarantino e seu novo filme. Vi o trailer do filme em que Hitler grita: Nein! Nein! Nein! cortando para um Brad Pitt gritando: Yes! Yes! Yes!. Como seria possível que algo assim desse num bom filme?
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Ontem resolvi ir ver o filme bastardo. Numa caminhada que não durou nem 10 minutos, comecei a sentir como se já andasse há horas. Foi quando me apercebi que estava ansioso e excitado para ver o filme de Quentin. Lembrei de quanto fui injusto com ele ao dizer várias vezes que Pulp Fiction não era uma obra de arte. Logo eu que me impressionei profundamente ao ver esse filme em 94. Achei o filme tão revolucionário que influenciou várias coisas que escrevi depois. Cheguei a apostar com o meu pai que o filme ganharia todos os Oscars (naquela época ainda assistia aos Oscars, acreditava em Papai Noel e que o Brasil seria a potência do final do século XX).
Mas aí, fui para a faculdade de cinema. Assisti aos mestres russos, à nouvelle vague, aos clássicos americanos da década de 70... Revi Cães de Aluguel e tudo me parecia falado demais, longo demais, falso demais. O entretenimento puro me parecia menor se comparado à um Ran ou à um Taxi Driver. Hoje, consigo diferenciar um Duro de Matar dum Fellini 8 e meio e apreciar ambos pelos seus próprios méritos.
Quando estava quase chegando ao cinema, senti que tinha injustiçado Tarantino durante vários anos. Tanto que volto agora a colocar Pulp Fiction na minha lista de obras primas do blog.
Tudo bem que ele fez o entediante Kill Bill vol.2, mas não posso censurá-lo. O projeto inicial era de um filme só com 180 minutos. Mas a máquina de fazer dinheiro, Harvey Weinstein, convenceu o diretor a fazer o filme em duas partes. Por isso que tudo de bom está no vol.1 e toda a encheção de linguiça está no vol.2 (já tive até vontade de editar as duas partes e aí sim transformar Kill Bill em obra prima). Tudo bem também que ele fez o chatérrimo Death Proof, mas isso era um projeto juntamente com o Robert Rodriguez de emular os filmes trash da década de 70. Era só experimentalismo. Um experimentalismo corajoso (e deve ter feito essa experiência fumando crack para conseguir fazer um autêntico filme ruim e trash). "Pobre Quentin. Como te injusticei" - pensei.
Ao comprar o ingresso para o Inglourious Basterds, tive a certeza que assistiria ao melhor filme de Quentin Tarantino.
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Quando vi Os Doze Condenados, fiquei extasiado. O Lee Marvin botando para quebrar. O roteiro macho e eficaz. E nunca tinha visto tantos bons atores em um mesmo filme: Ernest Borgnine, Donald Sutherland, Jim Brown, Robert Ryan, Telly "Kojak" Savalas, John Cassavetes e...
- Papai, como se chama aquele cara dos Doze Condenados? Aquele do Sete Homens e um Destino? Aquele do bigodinho.
Meu pai ria, já profetizando que eu ainda iria ver muita coisa do genial übermann CHARLES BRONSON.
Os Doze Condenados, Era uma vez no Oeste e Agonia e Glória são a base inspiradora para o novo filme de Tarantino (Quel Maledetto Treno Blindato de 1978, que em inglês se chamou Inglorious Bastards, nada mais é que um filme que Tarantino adorou e usurpou o título colocando uma grafia errada. A única semelhança é que ambos se passam na II Guerra Mundial). Como todos sabemos, Tarantino constrói todos os seus roteiros em homages dos filmes que gosta.
Sergio Leone e Sam Peckinpah são dois cineastas que o influenciaram enormemente. Leone copiou seu próprio estilo em Quando Explode a Vingança. Peckinpah copiou seu próprio estilo em Elite de Assassinos. Ambos tiveram resultados desastrosos.
Tarantino, o cara que faz o plágio se tornar original, plagiou da única pessoa que não poderia ter plagiado: ele mesmo.
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Inglourious Basterds é fraco. Poderia dar mil razões para escrachar, trucidar, arrebentar e violentar o filme, mas não o farei em respeito a quem ainda quer assisti-lo. Tento controlar a impetulante arrogância que volta a se apossar de mim.
Digo apenas que pesquisando para este post (já estou aqui há mais de 3 horas, o que prova o meu respeito por Tarantino apesar desse último fiasco), encontrei um vídeo em que ele enumera os seus 20 filmes favoritos nos últimos 17 anos (infelizmente está sem legenda) e tchan tchan tchan tchaaaaaaaaan...!!!::::: ELE INSERE DOGVILLE DO LARS VON TRIER ENTRE ESSES 20 FAVORITOS.

Portanto, só tenho uma coisa a dizer: Tarantino é o caralho, foda mesmo é o LaRs VON tRIEr.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vim, Vi, Curti (Ou NãO)


Betamax - Watchmen, dir. Zack Snyder, USA, 2009.

Dos melhores filmes de super-heróis que já vi. Com um roteiro bom, a tecnologia atual permite que os quadrinhos sejam cada vez mais bem adaptados. Zack Snyder já tinha mandado bem em 300, que é um filme sem roteiro só de porradaria, e agora com um roteiro sólido, se esbalda. Este filme faz para as adaptações de quadrinhos, o que Moulin Rouge fez pelo musical. Ou seja, expõe a base do gênero retratado e destrincha, altera e parodia seus clichês sem deixar de ser fiel às origens.

sábado, 3 de outubro de 2009

Comentário Lampejante

Quando anunciaram que o Rio sediaria as Olimpíadas de 2016, o Lula e o Sérgio Cabral se abraçaram. No entanto, alguém reparou no salto de felicidade protagonizado pelo Eduardo Paes? O prefeito carioca pulou mais alto que a Yelena Isinbayeva. Muita grana vai rolar na prefeitura do Rio de Janeiro...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Locações in Loco





Voltando de Belo Horizonte pedi para minha mulher parar em Congonhas. Não conhecia as esculturas dos 12 Profetas de Aleijadinho. Uma visão deslumbrante. Cinema Puro!

fotos tiradas no meu celular de 1 mp.