
Dentre os mais de 100 filmes (na coluna de obras primas à direita) que eu considero essenciais, só se enquadram dez comédias. Cinco são do Charlie Chaplin, duas do Wes Anderson, uma do Woody Allen (não, não é Noivo Neurótico), uma do Mel Brooks e Napoleon Dynamite, a comédia mais cult de sempre.
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Este ano assisti (na tv a cabo do meu pai) Se beber, não case. O título em inglês é The Hangover (A Ressaca) o que me fez perguntar: Para quê mudar o título se o original é a perfeita descrição do que acontece no filme? Existe uma tradição global de alterar radicalmente os títulos originais de filmes, mas acho que o Brasil é campeão em tal quesito. No passado, se alterava de forma até poética. The Wild Bunch (algo como O Bando Selvagem) virou Meu ódio Será sUa Herança. Algo simples como Giant (Gigante) se tornou Assim caminha a Humanidade.
Eu morei em Portugal por 10 anos e sei que os portugas também aprontam das suas. Die Hard virou Assalto ao Arranha-Céus. Quando surgiu a continuação, que não se passava num arranha-céus, virou Assalto ao Aeroporto. Com o terceiro, os tradutores desistiram e chamaram-no de Die Hard 3 mesmo. Uma vez a revista MAD sacaneou que em Portugal Um Tira da Pesada se chamou Um Policial com Excesso de Peso. Os lusitanos se vingavam sacaneando a tradução brasileira de The Godfather (O Padrinho) que aqui se chama O Poderoso Chefão.
Hoje em dia, a imaginação fértil dos tradutores deu lugar à imbecilidade. Inception vira A Origem, The Kids are all Right vira Minhas Mães e Meu Pai e The Hangover vira Se Beber, NãO CASe.
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Apesar de saber que The Hangover 2 seria uma repetição da fórmula do primeiro mudando o cenário e algumas piadas, resolvi sair de casa rumo ao cinema. Saí relaxado do filme. Ri onde tinha que rir. Sem pretensão.
No caminho de volta, percebi que não tinha saído para ver uma comédia. Tinha saído para ver um buddy movie (filme de amigos, parceiros), sub-gênero popular em todos os gêneros. Acho que gostei tanto do primeiro Hangover porque parecia um O que aconteceria se os personagens

No entanto, descobri que apesar de não ter uma amizade fixa por décadas como nos filmes, quando reencontro certas pessoas, parece que o tempo não passou. Essas são as verdadeiras amizades. O tempo ou a distância nos separou, mas o reencontro é como se nunca tivessemos nos separado.
Voltei a pensar em algumas piadas de The Hangover 2 e ri enquanto caminhava. As comédias podem pertencer a um gênero menor, mas não consigo viver sem elas.
Não vi The Hangover 1, mas sábado comprei o dvd e assim que o jornal me permitir um tempo de sobra, vou assistir.
ResponderExcluirNo mais, tb tenho saudades dos meus amigos.
Bjda.
Ô meu amigo, as amizades verdadeiras são mesmo essas que a gente tem, são ótimas e são muito mais pra The Hangover do que pra Stand By Me. Os buddy movies que envolvem amizades lúdicas são legais, despertam na gente um calor no coração, mas às vezes isso me parece um tanto quanto utópico. É quase como se os amigos fossem brothers de sangue, unidos, mega companheiros, e quase tudo parece perfeito. Beira o amor platônico, na minha opinião, às vezes uma coisa meio gay. Quando nos encontrarmos de novo, vamos chapar e ter um Hangover brutal tb! Abraços
ResponderExcluirAlemão, o Hangover é engraçado, mas deve ser visto sem expectativas. Falou-se muito da originalidade do filme, mas não passa de um filme de uma piada só. Mas vale a pena.
ResponderExcluirMarcelo, tô tendo várias Hangovers sozinho, acompanhado será mais gostoso.