segunda-feira, 4 de maio de 2009

Busca Eterna de uma Felicidade Incessante

Revolutionary Road/Foi Apenas um sonho (2008, dir. Sam Mendes, USA) e Synecdoche, NY/Sinédoque, NY (2008, dir. Charlie Kaufman, USA) expõem a busca do sonho. A conquista do almejado objetivo de vida. Tal realização pessoal levará ao NirvanA e responderá qual o significado da vida. Pelo menos assim acredita-se…
Porque parece tão louco aos amigos do casal, interpretado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, a ideia de abandonar tudo para ir viver na França para descobrir o seu objetivo de vida, o seu sonho? – pergunta Sam Mendes, o diretor. Viver uma vida num emprego que não se gosta, morar numa casinha sem personalidade, conviver com pessoas que desistiram de ser felizes é são. Resolver largar tudo isso em busca da felicidade é insano.

Charlie Kaufman traz um personagem que dedica sua vida à direção e construção duma peça teatral autobiográfica. A medida que sua vida transcorre, o diretor teatral vai acrescentando esses elementos à peça e praticamente uma cidade é construída para que a obra seja encenada. O protagonista tem o sonho de realizar uma obra pessoal, que tenha um significado para ele, mas como ele não sabe o que fazer em sua vida, ele não sabe como terminar a peça.

O que afeta nossa auto-estima? Porque paramos de perseverar e desistimos de nossos sonhos? Porque o artista é tão afetado pela rejeição?
Quantas negativas o artista toma na cara até o fim de seus dias? Começa na infância ou adolescência quando se informa a família da decisão profissional. Os amigos NÃO entendem. O ator faz mil testes de elenco e NÃO consegue um papel. O diretor lê no site do Ministério da Cultura que o seu filme NÃO foi agraciado com um edital. A banda tem um repertório mas NÃO tem onde tocar.

O artista mistura o lado profissional com o pessoal. Ele vive e lida com a carga emocional a todo instante. Seu trabalho É em torno da emoção. Se ele se sente rejeitado na vida, isso interfere na sua arte e o contrário também se aplica. Começa a se questionar se é bom. “Será que eu sou foda mesmo?”
Por temor, para não ouvir mais um não, se reclusa. Põe de lado o sonho. “Amanhã eu faço!” Eu já me senti assim durante um bom tempo.

Tocamos projetos dos outros porque estão ali na nossa frente, porque nos dão grana. E os nossos projetos? Nós também temos projetos!!! Só nós mesmos podemos tocá-los para a frente.

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